General Braga Netto completa 140 dias de prisão em instalação do Exército

Marcelo Casal Jr. / Agência Brasil

O general Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022, completou 140 dias de prisão em uma sala adaptada no Comando da 1ª Divisão do Exército, no Rio de Janeiro.

Braga Netto foi detido em 14 de dezembro de 2024, no âmbito da investigação da Polícia Federal sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022. Ele é o segundo general de quatro estrelas a ser preso na história do Brasil, o primeiro foi Marechal Hermes da Fonseca, em 1922.

A cela onde cumpre sua detenção foi adaptada para atender às exigências do Estatuto dos Militares. O espaço conta com janelas sem grades, armário, geladeira e, segundo informações extraoficiais, até uma televisão.

O Exército afirmou que a estrutura “atende plenamente às disposições do estatuto dos militares, incluindo as garantias asseguradas pela legislação vigente”.

O comandante do Exército, general Tomás Paiva, visitou Braga Netto em fevereiro para verificar as condições da custódia e se o militar necessitava de assistência jurídica. A defesa do general nega as acusações e afirma que não teve acesso integral às provas do processo.

Braga Netto segue detido por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e responde a cinco crimes relacionados à suposta tentativa de golpe para manter Bolsonaro no poder. A ação penal tramita no STF e envolve outros sete acusados, incluindo o ex-presidente.

A defesa do general indicou cinco testemunhas no processo, entre elas os senadores Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e Rogério Marinho (PL-RN), além do ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga. O caso segue em andamento na Suprema Corte.