
O general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil durante o governo Bolsonaro, solicitou à Polícia Federal (PF) que seu depoimento seja realizado imediatamente. A informação foi confirmada por seu novo advogado, José Luís de Oliveira Lima, que assumiu a defesa do militar a pedido da família.
Braga Netto foi preso no último sábado (14), por suposta obstrução de justiça. A prisão foi ordenada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, devido a alegações de que o general estaria tentando atrapalhar as investigações sobre uma suposta trama golpista para manter Jair Bolsonaro no poder e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Em declaração à imprensa, Oliveira Lima afirmou que Braga Netto está "sereno" e que não tem intenção de fazer delação premiada. "O General está sereno, lógico que desconfortável com a atual situação. Ele respeita o Judiciário e confia que sua inocência será provada, tanto que pediu para depor imediatamente", disse o advogado.
A defesa de Braga Netto também questiona a validade dos depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que implicaram o general no suposto plano de golpe. Cid afirmou à PF que Braga Netto participou de reuniões para discutir a trama e que teria repassado dinheiro para financiar as ações. Oliveira Lima rebateu essas alegações, classificando-as como "mentirosas" e "pior do que as piores ilegalidades da Lava Jato".
A PF pretende concluir a análise do material apreendido na casa de Braga Netto e o conteúdo de seu celular antes de ouvi-lo. O general foi indiciado no inquérito junto com outras 36 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e Mauro Cid.
A defesa de Braga Netto espera que o depoimento possa esclarecer todas as acusações e restabelecer a verdade dos fatos.
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