Gilmar Mendes critica políticos que se inspiram em Bukele
- Luana Valente
- 27 de mai.
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, manifestou-se contra a inspiração de políticos brasileiros nas políticas de segurança pública adotadas pelo presidente de El Salvador, Nayib Bukele. A declaração do ministro ocorre em meio a um crescente debate sobre segurança pública no Brasil, onde alguns líderes políticos têm elogiado a abordagem de Bukele no combate ao crime organizado.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, é um dos políticos que recentemente elogiou as políticas de Bukele e expressou interesse em conhecer de perto as medidas adotadas em El Salvador. Outros líderes da direita brasileira também têm defendido a abordagem do presidente salvadorenho como um modelo a ser seguido.
O deputado federal Nikolas Ferreira também elogiou publicamente as ações de Bukele, inclusive, ao sugerir a implementação de medidas de segurança pública inspiradas em El Salvador, ressaltou que o Brasil precisa “bukelizar”. A afirmação ocorreu durante audiência com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, na última semana.
“Há gente querendo se inspirar em Bukele. Isso não faz sentido. Pelo menos isso não cabe na Constituição de 1988. É uma violência policial que ultrapassa todos os limites. É preciso que se combata o crime sem cometer crime”, defendeu o ministro.
Além disso, Mendes afirmou que tais medidas aplicadas por Bukele podem acarretar riscos de excessos na atuação policial. A explanação aconteceu durante o 2º Seminário Internacional de Segurança Pública, Direitos Humanos e Democracia, organizado pelo Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa em parceria com o IDP (Instituto Brasileiro de Ensino Desenvolvimento e Pesquisa).
Mendes também pontuou sobre os ajustes no modelo de audiência de custódia, que tem sido alvo de críticas por supostamente dificultar a prisão de criminosos. O ministro ressaltou que eventuais disfuncionalidades devem ser corrigidas com cautela, sem comprometer garantias fundamentais.
O debate sobre segurança pública e direitos humanos continua a ser um tema central na política brasileira, com posições divergentes sobre o equilíbrio entre repressão ao crime e respeito às garantias constitucionais.
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