Governadores de direita anunciam Consórcio da Paz para enfrentar o crime organizado no Brasil
- Luana Valente

- 31 de out.
- 2 min de leitura

Em uma iniciativa inédita e considerada estratégica, governadores de direita de sete estados brasileiros anunciaram, nesta quinta-feira (30), a criação do “Consórcio da Paz”, uma aliança intergovernamental voltada ao combate coordenado ao crime organizado. A decisão foi tomada durante reunião no Palácio Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro, dois dias após uma megaoperação policial contra o Comando Vermelho.
O encontro reuniu os governadores Cláudio Castro (PL-RJ), Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP, por videoconferência), Jorginho Mello (PL-SC), Eduardo Riedel (PP-MS) e Ibaneis Rocha (MDB-DF), além da vice-governadora do Distrito Federal. Todos são alinhados à direita política e, em sua maioria, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro Brasil.
Segundo Cláudio Castro, anfitrião da reunião, o consórcio tem como objetivo “dividir experiências, soluções e ações de combate ao crime organizado e libertar o nosso povo”. A proposta inclui o compartilhamento de inteligência policial, recursos financeiros, contingente operacional e equipamentos entre os estados participantes.
A criação do consórcio ocorre em meio à crescente preocupação com a escalada da violência urbana e à repercussão internacional da operação no Complexo do Alemão e na Penha, no Rio de Janeiro. A ação policial foi considerada a mais letal da história, resultando em 121 mortes, incluindo quatro agentes de segurança. Ainda por meio da inciativa efetuaram 81 prisões e apreenderam 93 fuzis e mais de meia tonelada de drogas.
Jorginho Mello, governador de Santa Catarina, afirmou que “o consórcio vai integrar os estados com todos os meios necessários para enfrentar a criminalidade”, destacando a urgência de uma resposta articulada diante da complexidade das organizações criminosas que atuam em diversas regiões do país.
A sede do Consórcio da Paz será estabelecida no Rio de Janeiro, considerado o epicentro da luta contra o crime organizado. Os governadores planejam realizar reuniões periódicas para definir estratégias conjuntas e avaliar os resultados das ações implementadas. A proposta também prevê a criação de um fundo compartilhado para financiar operações e projetos de segurança pública.
Embora não tenha envolvimento direto do governo federal, os líderes estaduais indicaram que poderão buscar apoio institucional e legislativo em Brasília para fortalecer a iniciativa.
A formação do consórcio representa não apenas uma resposta à crise de segurança, mas também uma sinalização política de união entre governadores conservadores em torno de pautas comuns. A medida pode influenciar o debate nacional sobre segurança pública e pressionar o governo federal a adotar políticas mais rígidas no enfrentamento ao crime organizado.






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