Jantar de Vorcaro com ministros do STF em Nova York
- Luana Valente

- 19 de nov.
- 2 min de leitura
Banqueiro custeou encontro luxuoso em 2022, episódio volta à tona após sua prisão

Em novembro de 2022, o banqueiro Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, custeou um jantar luxuoso em Nova York para quatro ministros do Supremo Tribunal Federal (STF): Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Luís Roberto Barroso. O encontro ocorreu no restaurante Fasano New York, conhecido pela sofisticação e exclusividade, e foi organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (LIDE), em paralelo à Brazil Conference, que discutia temas como liberdade de expressão e democracia. Além dos ministros, empresários e outros convidados participaram, reforçando o caráter de networking do evento.
Vorcaro, considerado um dos novos “lobos da Faria Lima”, já havia sido alvo de investigações por suspeita de fraude em fundos de pensão e chegou a ter ordem de prisão em 2019. Este mês voltou a ser preso pela Polícia Federal por indícios de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, o que reacendeu o debate sobre sua proximidade com autoridades do Judiciário.
O Banco Master, instituição comandada por Vorcaro, também esteve envolvido em controvérsias. Antigo Banco Máxima, foi investigado na Operação Lava Jato e, mesmo após a mudança de nome e parte da diretoria, continuou a enfrentar questionamentos sobre sua atuação. A presença de ministros do STF em um jantar custeado por um banqueiro investigado levantou discussões sobre ética e transparência nas relações entre o Judiciário e o setor financeiro.
O episódio ganhou destaque na imprensa brasileira, especialmente após a prisão de Vorcaro. Críticos apontam que encontros desse tipo podem gerar percepções de proximidade indevida entre magistrados e empresários investigados. Defensores lembram que os ministros estavam em Nova York para participar de conferências oficiais e que o jantar foi parte de um evento empresarial, não uma reunião privada.
O jantar de 2022, custeado por Daniel Vorcaro, expõe a complexa rede de relações entre o poder econômico e o Judiciário brasileiro. Embora não haja indícios de ilegalidade na participação dos ministros, o episódio reacendeu discussões sobre limites éticos, transparência e a necessidade de maior distanciamento institucional entre magistrados e figuras do mercado financeiro.






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