Juíza que condenou Léo Lins já havia atuado em caso envolvendo Alexandre de Moraes
- Luana Valente
- 9 de jun.
- 2 min de leitura

A juíza federal Bárbara de Lima Iseppi, da 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo, responsável pela recente condenação do humorista Léo Lins a oito anos e três meses de prisão por falas consideradas discriminatórias em um show de stand-up, já havia atuado em um caso de destaque envolvendo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Em 2020, a magistrada determinou a prisão preventiva de dois homens acusados de ameaçar Moraes. Os indivíduos, que estavam em prisão domiciliar, descumpriram as condições impostas pela Justiça após convocarem uma manifestação em frente à residência do ministro, na capital paulista, onde proferiram ofensas contra sua honra.
A atuação da juíza nesse episódio voltou à tona após a sentença contra Léo Lins, que gerou ampla repercussão nacional. O humorista foi condenado por piadas feitas em 2022 e divulgadas em seu canal no YouTube, que, segundo a decisão judicial, incitaram preconceito contra diversos grupos sociais, incluindo negros, pessoas com deficiência, nordestinos, judeus e homossexuais. Além da pena de reclusão, Lins foi condenado ao pagamento de multa de aproximadamente R$ 1,4 milhão e indenização de R$ 303,6 mil por danos morais coletivos.
A defesa do comediante classificou a decisão como um “triste capítulo para a liberdade de expressão no Brasil” e anunciou que recorrerá da sentença.
A trajetória da juíza Bárbara Iseppi, marcada por decisões firmes em casos de grande visibilidade, reacende o debate sobre os limites entre liberdade de expressão e discurso de ódio, especialmente no contexto do humor e da crítica social. Sua atuação anterior em defesa da integridade de um ministro do STF agora é vista por alguns como um indicativo de rigor na proteção de direitos fundamentais e da ordem democrática. Outros, no entanto, questionam se há imparcialidade suficiente em julgamentos que envolvem figuras públicas e temas sensíveis.
O caso segue em discussão pública e jurídica, com desdobramentos esperados nas próximas instâncias.
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