Lula desafia Alcolumbre e busca apoio no Senado para Jorge Messias no STF

Em meio à crise política, presidente recebeu Weverton Rocha no Palácio da Alvorada para reforçar articulação.

Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensificou nesta segunda-feira (1º) sua articulação política para garantir a aprovação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em meio à crise com o senador Davi Alcolumbre (União-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Lula recebeu para almoço no Palácio da Alvorada o senador Weverton Rocha (PDT-MA), relator da indicação de Messias.

O encontro, fora da agenda oficial, foi interpretado como um gesto de afronta a Alcolumbre, que tem demonstrado resistência à escolha de Messias. Rocha, aliado do governo e próximo ao presidente da CCJ, é peça-chave para conduzir o parecer sobre a indicação e pode ajudar a suavizar tensões no Senado.

A relação entre o Planalto e Alcolumbre se deteriorou após Lula optar por Jorge Messias para a vaga no STF. O senador esperava emplacar outro nome e reagiu acelerando votações consideradas desfavoráveis ao governo, como a chamada “pauta-bomba” sobre aposentadorias. Além disso, Alcolumbre criticou a demora do Executivo em enviar oficialmente a mensagem de indicação ao Congresso, afirmando que o atraso causa “perplexidade” e reforçando que cabe ao Senado aprovar ou rejeitar o escolhido.

Ao se reunir com Weverton Rocha, Lula busca garantir um relator alinhado e evitar surpresas na CCJ. O governo avalia que Rocha, apesar da proximidade com Alcolumbre, pode atuar como ponte para reduzir resistências e assegurar apoio entre diferentes bancadas. A expectativa é que o relator apresente seu parecer ainda nesta semana.

Paralelamente, Jorge Messias tem agenda de encontros com senadores da oposição, numa tentativa de ampliar sua base de apoio antes da sabatina marcada pela CCJ. A aprovação de Messias é considerada estratégica para Lula, que busca consolidar influência no STF em um momento de disputas políticas intensas.

O embate com Alcolumbre expõe a fragilidade da relação do Planalto com setores do Senado e transforma a indicação em um verdadeiro teste de força política entre Executivo e Legislativo.