ALERTA: Líder do PT critica apoio de aliados à votação da anistia

Marina Ramos / Câmara dos Deputados

Brasília — O líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), manifestou sua insatisfação com parlamentares da base governista que apoiaram o requerimento de urgência para a votação do projeto de lei que visa anistiar os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. A proposta, patrocinada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tem gerado controvérsia e tensão política.

Lindbergh destacou que partidos que ocupam cargos no governo, como União Brasil, PSD, MDB, Republicanos e PP, contribuíram significativamente para o avanço da discussão da anistia na Câmara. Ele criticou duramente o apoio desses partidos, afirmando que tal postura coloca o país em uma crise institucional e exige que os parlamentares definam claramente sua posição: "As pessoas têm que se definir, se são governo ou não. Quem é governo não pode assinar um projeto como esse, que coloca o país em uma crise institucional. Não é razoável".

O parlamentar também mencionou que, embora o requerimento de urgência tenha obtido 253 assinaturas até o momento, ainda não há garantia de que a proposta será pautada para votação no plenário. Ele expressou confiança de que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não colocará o tema em discussão, apesar da pressão de setores da oposição.

A crítica de Lindbergh reflete a preocupação do PT com a estabilidade política e a necessidade de fortalecer a democracia. O líder do partido enfatizou que os partidos da base governista devem assumir sua responsabilidade e apoiar o governo, em vez de contribuir para o avanço de projetos que podem gerar divisões e instabilidade.

Enquanto isso, a Câmara dos Deputados atingiu o número necessário de assinaturas para a tramitação em regime de urgência do projeto de lei que prevê anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. O requerimento, liderado pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), alcançou na noite desta quinta-feira (10), 259 assinaturas, superando o mínimo exigido de 257.

Agora é aguardar pelo próximo passo que será a votação do pedido de urgência na Câmara dos Deputados, que exigirá o apoio de pelo menos 257 deputados para ser aprovado.