Maior porta-aviões norte-americano chega ao Caribe e se posiciona próximo à Venezuela

O USS Gerald R. Ford, considerado o maior e mais moderno porta-aviões do mundo, entrou nesta terça-feira (11) na área de operações da América Latina. A embarcação transporta mais de 5.000 marinheiros e integra um grupo de ataque naval composto por oito navios de guerra, um submarino nuclear e aeronaves F-35.

Segundo comunicado da Marinha dos EUA, a missão foi ordenada pelo presidente Donald Trump em outubro e está vinculada ao Comando Sul, responsável pelas operações militares norte-americanas no Caribe. A justificativa oficial é o combate ao tráfico de drogas, mas analistas apontam que a presença militar também serve como pressão estratégica contra o regime de Nicolás Maduro.

Em resposta, o governo venezuelano anunciou uma mobilização das forças armadas em todos os estados do país. A TV estatal transmitiu imagens de exercícios militares. Maduro classificou a aproximação como uma ameaça direta e convocou aliados regionais a se posicionarem contra o que chamou de “provocação imperialista”.

Desde setembro, os EUA intensificaram operações no Caribe, com 19 bombardeios contra embarcações suspeitas de transportar drogas, resultando em pelo menos 75 mortes. A escalada militar já provocou divergências entre aliados: o Reino Unido suspendeu o compartilhamento de informações de inteligência sobre essas operações, alegando preocupações com a condução das ações.

Além disso, uma investigação revelou que militares norte-americanos estão reformando uma antiga base naval da Guerra Fria no Caribe, sinalizando preparativos para operações de longa duração que poderiam incluir ações em território venezuelano.

O USS Gerald R. Ford é descrito pela Marinha dos EUA como o porta-aviões mais letal e tecnologicamente avançado já construído. Sua presença no Atlântico Sul não apenas fortalece a capacidade operacional americana na região, mas também envia uma mensagem política clara: Washington está disposto a ampliar sua influência militar diante da crise venezuelana.

Perspectivas

A chegada do porta-aviões marca um novo capítulo nas já deterioradas relações entre Washington e Caracas. Especialistas avaliam que o movimento pode abrir espaço para operações militares mais diretas contra o regime de Maduro, embora ainda não haja confirmação oficial de planos nesse sentido.

Enquanto isso, a tensão cresce no Caribe, transformando a região em palco de uma disputa geopolítica que envolve não apenas os Estados Unidos e a Venezuela, mas também aliados e rivais internacionais atentos ao desenrolar dos acontecimentos.