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Mauro Cid declara que não falou a palavra "golpe" em delação

Foto do escritor: Luana Valente Luana Valente


Roque de Sá / Agência Senado
Roque de Sá / Agência Senado

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, declarou que não utilizou a palavra "golpe" em sua delação premiada à Polícia Federal. A afirmação foi feita após o vazamento de trechos de seu depoimento divulgado pela revista Veja, que gerou grande repercussão na mídia e no meio político.


A defesa de Mauro Cid solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de uma investigação para identificar e punir os responsáveis pelo vazamento das informações sigilosas. Segundo os advogados do militar, o vazamento coloca em risco a segurança de Cid e de sua família, além de comprometer o andamento processual de um caso sensível e de interesse nacional.


No depoimento transcrito pela PF, Cid teria detalhado as divisões internas no núcleo de apoio a Bolsonaro após a derrota nas eleições de 2022. Ele ainda havia mencionado que o ex-presidente trabalhava com duas hipóteses: encontrar uma fraude nas eleições ou, por meio de um grupo radical, convencer as Forças Armadas a aderirem a um golpe de Estado.


No entanto, Cid enfatizou que não utilizou a palavra "golpe" em seu depoimento, e que a interpretação do termo foi feita pela própria mídia.


“Fala! Vou te dizer… Esse troço tá entalado, cara. Tá entalado. Você viu que o cara botou a palavra golpe, cara? Eu não falei uma vez a palavra golpe, eu não falei uma vez a palavra golpe! Então, quer dizer… Foi furo, foi erro, sei lá, acho até a condição psicológica que eu tava na hora ali [do depoimento]. P… Eu não falei golpe uma vez. Não falei golpe uma vez”, salientou Cid.


Vale frisar que esta não é a primeira vez viraliza áudio de Mauro Cid criticando a maneira como a PF lida com os depoimentos. Em 2024 Cid chegou a criticar a condução da PF nas investigações investigações, apontando coações, além de ressaltar que já estavam com uma “narrativa pronta”.


A delação premiada de Mauro Cid foi homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, em setembro de 2023, e impulsionou investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado e outras irregularidades cometidas durante o governo Bolsonaro.



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