Michelle Bolsonaro descarta candidatura presidencial e reafirma apoio a Jair Bolsonaro em evento do PL Mulher

Reprodução

Durante um evento do PL Mulher realizado neste sábado (27), em Ji-Paraná, Rondônia, a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL), declarou publicamente que não pretende disputar a Presidência da República nas eleições de 2026. “Eu não quero ser presidente, não. Eu quero ser primeira-dama”, afirmou, em discurso direcionado a apoiadores e correligionários do Partido Liberal.

A fala ocorre em meio a especulações sobre o futuro da liderança da direita brasileira, especialmente após o ex-presidente Jair Bolsonaro ser declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e três meses de prisão por crimes contra o Estado. Atualmente, Bolsonaro cumpre pena em regime de prisão domiciliar.

Michelle, que preside o PL Mulher, tem sido apontada como possível sucessora política do marido. Em entrevista recente ao jornal britânico The Telegraph, publicada em 24 de setembro, ela admitiu que poderia assumir uma candidatura “se fosse a vontade de Deus”, mas no evento em Rondônia, recuou da possibilidade e reforçou seu papel como representante de Jair Bolsonaro. “Se ele quiser, eu serei a voz dele nos quatro cantos desta nação, e até fora se precisar”, declarou.

Além de reafirmar seu apoio ao marido, Michelle criticou duramente o Poder Judiciário, classificando a tornozeleira eletrônica imposta a Bolsonaro como símbolo de uma “ditadura judicial”. Ela também relatou episódios de revista policial em sua residência, envolvendo até sua filha adolescente, e denunciou o que considera uma “humilhação” sofrida por sua família.

A ex-primeira-dama conclamou os presentes a trabalharem pela eleição de deputados e senadores alinhados ao PL em 2026, reforçando a estratégia de fortalecimento da base conservadora no Congresso Nacional. “Nós precisamos eleger o maior número de deputados e senadores em 2026 e vamos trabalhar para reeleger o nosso presidente Jair Bolsonaro”, disse.

A declaração de Michelle Bolsonaro marca um novo capítulo na disputa interna da direita brasileira, que busca reorganização diante da ausência de Jair Bolsonaro nas urnas. Seu nome continua sendo cogitado para outros cargos, como o Senado ou a vice-presidência, mas por ora, ela reafirma: quer ser primeira-dama, não presidente.