Moraes teria ligado seis vezes para Galípolo durante análise da venda do Banco Master
- Luana Valente

- há 4 horas
- 2 min de leitura
Contatos ocorreram no mesmo dia em que o Banco Central avaliava a compra da instituição pelo BRB, segundo reportagem do jornal

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, teria telefonado seis vezes, em um único dia, para o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, enquanto a autarquia analisava a operação de venda do Banco Master ao Banco de Brasília (BRB). A informação foi divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo e repercutiu em diferentes veículos de imprensa.
De acordo com a reportagem, os contatos ocorreram em meio à avaliação de um negócio considerado crucial para a sobrevivência do Banco Master, que havia sido liquidado pelo Banco Central em novembro, sob suspeita de fraudes bilionárias. A operação de compra pelo BRB representava uma saída para a instituição, ligada ao empresário Daniel Vorcaro, que enfrentava acusações de irregularidades financeiras estimadas em R$ 12,2 bilhões.
A revelação ganhou ainda mais destaque porque a esposa de Moraes, Viviane Moraes, teria firmado contrato de R$ 129 milhões para representar o Banco Master em Brasília, inclusive junto ao Banco Central. Esse vínculo levantou questionamentos sobre possível conflito de interesses, já que o ministro do STF teria buscado informações diretamente com o presidente da autoridade monetária.
Após a publicação da reportagem, Alexandre de Moraes divulgou notas oficiais negando ter feito ligações telefônicas para Galípolo. O ministro afirmou que não tratou da venda do Banco Master em suas conversas com o presidente do BC e que os encontros que manteve com ele tiveram como pauta outros assuntos, como a aplicação da chamada Lei Magnitsky, relacionada a sanções internacionais.
A polêmica expôs a delicada relação entre o Judiciário e o sistema financeiro, especialmente em um momento em que o Banco Central avaliava uma operação de grande impacto. A suposta insistência de Moraes em buscar informações sobre o caso, mesmo diante de sua negativa, reforçou o debate sobre limites institucionais e transparência nas interações entre autoridades de diferentes poderes.






Comentários