Oposição nega acordo com governo na CPMI do INSS para blindar irmão de Lula: “Fake news absurda”
- Luana Valente

- 28 de ago.
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Brasília — Líderes da oposição reagiram com veemência às acusações de que teriam articulado um acordo com a base governista para evitar a convocação de José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A denúncia, que circulou em redes sociais e veículos de imprensa, foi classificada como “fake news absurda” pelos parlamentares.
Frei Chico ocupa o cargo de vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), uma das entidades citadas em relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre irregularidades em descontos indevidos de benefícios previdenciários. Apesar disso, tanto o sindicato quanto o próprio Frei Chico não são formalmente investigados pela Polícia Federal.
A polêmica surgiu após a aprovação do plano de trabalho da CPMI, que definiu critérios técnicos para as convocações. Segundo o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), houve consenso entre governo e oposição para evitar convocações de cunho político, focando em depoimentos de presidentes de entidades envolvidas nas denúncias — o que excluiria Frei Chico, por ocupar a vice-presidência do Sindnapi.
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS), coordenador da base governista na CPMI, negou qualquer negociação para blindar o irmão do presidente. “Em nenhum momento esse tema foi tratado. O que nós aprovamos foi uma metodologia, uma racionalidade”, afirmou em entrevista.
Ainda assim, membros da oposição, como o senador Marcos Rogério (PL-RO), protocolaram requerimentos para convocar o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, a fim de esclarecer por que Frei Chico não foi incluído nas investigações. A oposição cobra isonomia nas apurações e afirma que nenhuma figura pública deve ser poupada.
O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), também negou qualquer acordo específico envolvendo o nome de Frei Chico, mas admitiu que sua convocação poderá ocorrer futuramente, caso surjam indícios relevantes. “Todos que interessem à investigação deverão ser ouvidos. Nada de perseguição nem proteção”, declarou.
A CPMI do INSS foi instalada para apurar denúncias de fraudes em benefícios previdenciários, incluindo descontos compulsórios e operações de crédito consignado sem autorização dos beneficiários. Os trabalhos seguem com quase 1.000 requerimentos em análise e expectativa de novos depoimentos nas próximas semanas.






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