‘Realidade de Bolsonaro é a pior de qualquer preso do Brasil hoje’, diz deputado

Bilynskyj apontou problemas de saúde do ex-presidente, incluindo hérnias inguinais e questões intestinais graves

Agência Câmara

O deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) declarou, nesta terça-feira (16), que houve uma piora no estado de saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro. A declaração foi feita em entrevista concedida ao programa “Oeste com Elas”.

O parlamentar classificou como urgente a autorização judicial para que ele realize procedimentos cirúrgicos e obtenha a concessão de prisão domiciliar por razões humanitárias.

Segundo o relato de Bilynskyj, o ex-presidente apresenta hérnias inguinais bilaterais, problemas intestinais graves, crises de soluço, vômitos, dificuldade de digestão e também de sono. O deputado acrescentou que exames médicos indicam a necessidade de intervenções cirúrgicas e a realização de um bloqueio anestésico do nervo frênico, sendo que a reavaliação recente dos exames manteve a indicação de intervenção médica.

Bilynskyj, que é presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara, informou ter visitado Bolsonaro na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, na última sexta-feira. A visita foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo a um pedido da própria Comissão.

O parlamentar descreveu as condições de custódia, mencionando que Bolsonaro permanece 22 horas por dia em uma sala de cerca de 3 por 4 metros, com apenas duas horas de banho de sol. Ele argumentou que essa limitação de movimentação agrava o quadro clínico do ex-presidente.

Em uma crítica às condições da prisão, o deputado, que já foi diretor de uma cadeia pública no interior de São Paulo, declarou:

“Eu sei que vocês e a maioria dos nossos ouvintes nunca visitaram uma cadeia pública, mas eu já fui até diretor de cadeia pública no interior do Estado de São Paulo e eu posso dizer para vocês: a realidade do presidente Bolsonaro é a pior de qualquer preso do Brasil hoje. Nem os criminosos no regime disciplinar diferenciado, o RTD, passam tão pouco tempo em movimento quanto o nosso presidente.”

O deputado ainda reiterou que as condições de custódia na PF são piores do que as aplicadas a presos em regimes mais rigorosos, classificando o ambiente como inadequado para alguém com o histórico médico de Bolsonaro, que passou por diversas cirurgias abdominais desde o atentado de 2018.

A defesa do ex-presidente já solicitou autorização judicial para a realização dos procedimentos médicos e para que o cumprimento da pena seja em regime domiciliar. O STF, no entanto, ainda não proferiu decisão sobre o pedido.

Via Diário do Poder