Rodrigo Paz é eleito presidente da Bolívia e encerra ciclo de 20 anos da esquerda no poder

REUTERS/Claudia Morales

Em uma eleição histórica realizada neste domingo, 19, o senador de centro-direita Rodrigo Paz foi eleito presidente da Bolívia, encerrando um ciclo de duas décadas de governos socialistas iniciados por Evo Morales em 2006. Paz, do Partido Democrata Cristão, venceu o segundo turno com 54,5% dos votos, superando o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga, que obteve 45,4%. A votação foi marcada por uma disputa entre dois candidatos de direita, refletindo uma guinada política no país. Com mais de 97% das urnas apuradas, o Tribunal Supremo Eleitoral considerou o resultado irreversível.

Fim da era socialista

A eleição de Paz representa o fim de um período iniciado com Evo Morales e continuado por Luis Arce, caracterizado por políticas de esquerda e forte presença estatal na economia. Fora da disputa, Morales chegou a pedir voto nulo, enquanto enfrentava um mandado de prisão.

Perfil do novo presidente

Economista de 58 anos, Rodrigo Paz é filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora (1989–1993) e será o terceiro membro da família a ocupar o cargo máximo do país. Com uma trajetória política que inclui mandatos como deputado, prefeito e senador por Tarija, Paz propõe uma agenda de descentralização administrativa, formalização do trabalho, redução de impostos e eliminação de barreiras burocráticas.

Desafios e promessas

O novo presidente assume em 8 de novembro com o desafio de enfrentar a pior crise econômica da Bolívia em quatro décadas. Durante a campanha, prometeu “arrumar a casa” com cortes em subvenções e gastos considerados supérfluos, antes de buscar novos financiamentos externos.

Impacto regional

A vitória de Paz é vista como parte de uma tendência regional de alternância política, com países sul-americanos revendo ciclos prolongados de governos de esquerda. A Bolívia, com cerca de 12 milhões de habitantes, agora se prepara para uma nova fase política e econômica sob liderança de centro-direita.