Secretário do Tesouro dos EUA sinaliza medidas para encerrar contas de Alexandre de Moraes

Washington, D.C. — O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, indicou que novas providências estão sendo consideradas para encerrar definitivamente as contas do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, nos Estados Unidos. A medida se insere no escopo da Lei Magnitsky, que permite sanções contra estrangeiros acusados de corrupção ou violações de direitos humanos.

A iniciativa ganhou força após uma reunião entre Bessent e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), realizada na quarta-feira (13), em Washington. O encontro ocorreu no mesmo dia em que uma videoconferência previamente agendada entre Bessent e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi cancelada. Segundo Haddad, o cancelamento foi resultado de uma articulação política junto à Casa Branca.

Durante a reunião com Eduardo Bolsonaro, foram discutidas sanções adicionais contra Moraes, incluindo o bloqueio total de ativos e a proibição de qualquer transação financeira envolvendo cidadãos ou empresas norte-americanas. O Tesouro dos EUA já havia anunciado sanções contra o magistrado em julho, alegando que ele teria autorizado detenções arbitrárias e suprimido liberdades civis no Brasil.

A crise diplomática entre os dois países se intensificou após o governo Trump anunciar um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, medida que também foi alvo da reunião cancelada entre Haddad e Bessent. O governo brasileiro tem enfrentado dificuldades para estabelecer canais de negociação com Washington, especialmente após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.

A possível ampliação das sanções contra Moraes representa um novo capítulo na deterioração das relações bilaterais, com implicações jurídicas e políticas ainda incertas. O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, ainda não se pronunciou oficialmente sobre os desdobramentos da reunião entre Eduardo Bolsonaro e o secretário do Tesouro.