“Sempre teremos Paris”, ironiza ministro do STF ao se referir à sanção dos EUA
- Luana Valente
- 19 de jul.
- 2 min de leitura

Na noite de sexta-feira, 18, um episódio diplomático envolvendo autoridades brasileiras e o governo dos Estados Unidos ganhou contornos inusitados. Após o anúncio da revogação de vistos americanos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), um dos magistrados reagiu com ironia, citando a célebre frase do filme Casablanca (1942): “Sempre teremos Paris”.
A medida foi anunciada pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, integrante do governo Donald Trump. Segundo Rubio, os vistos do ministro Alexandre de Moraes, de seus familiares e de aliados na Corte foram cancelados com efeito imediato. A justificativa apresentada foi uma suposta “caça às bruxas política” promovida por Moraes contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A sanção ocorreu no mesmo dia em que Moraes determinou o uso de tornozeleira eletrônica por Bolsonaro, além de restringir seu contato com embaixadas e redes sociais. A decisão judicial também proibiu o ex-presidente de se comunicar com seu filho, Eduardo Bolsonaro, atualmente nos Estados Unidos.
Além de Moraes, outros sete ministros do STF foram afetados pela medida: Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Gilmar Mendes. Apenas André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux ficaram de fora da sanção.
A frase “Sempre teremos Paris”, enviada por um ministro não identificado ao jornal Valor Econômico, tornou-se símbolo da reação irônica à decisão americana. A citação remete ao clássico do cinema estrelado por Humphrey Bogart e Ingrid Bergman, evocando um tom de despreocupação diante da perda do privilégio diplomático.
A defesa de Bolsonaro, por sua vez, alegou que as medidas cautelares impostas foram baseadas em atos praticados por terceiros e negou que o ex-presidente tenha feito declarações atentatórias à soberania nacional.
Comments