Senador Beto Faro tem mandato cassado pelo TRE-PA por compra de votos

Agência Brasil

O Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) decidiu, por 5 votos a 2, pela cassação do mandato do senador Beto Faro (PT), eleito em 2022. A decisão também atinge seus suplentes, Joseny Nascimento e Leny Campelo, que ficam inelegíveis por oito anos.

A ação foi movida pela Procuradoria Regional Eleitoral, que apresentou provas de um suposto esquema de compra de votos durante a campanha ao Senado. Segundo o Ministério Público Eleitoral (MPE), funcionários de uma prestadora de serviços ao governo do Pará teriam recebido promessas de bônus em tíquetes de alimentação em troca de apoio político.

Além do senador, empresários ligados à empresa Kapa Capital também foram citados na denúncia. De acordo com depoimentos e gravações ambientais analisadas pela Polícia Federal, o grupo teria oferecido vantagens financeiras, como R$ 25 por voto angariado, para cooptar eleitores. Uma das testemunhas afirmou que o próprio Beto Faro participou virtualmente de reuniões onde fez promessas de pagamento em troca de votos.

Outro agravante foi que a empresa Kapa Capital chegou a firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho, no valor de R$ 360 mil, reconhecendo práticas de assédio eleitoral — o que, de acordo com fontes jurídicas é o equivalente a uma confissão de culpa.

A defesa do parlamentar já anunciou que recorrerá da decisão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em nota, Faro afirmou confiar na Justiça Eleitoral e reafirmou seu compromisso com o povo do Pará.

A cassação do mandato do senador marca um desdobramento significativo no cenário político do estado, com possíveis impactos nas próximas eleições. O caso segue em andamento e pode ter novos desdobramentos nos tribunais superiores.