Trump fecha acordos comerciais com UE, Japão e China e isola Brasil
- Luana Valente
- há 3 dias
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A menos de uma semana da entrada em vigor das novas tarifas comerciais propostas pelos Estados Unidos, o presidente Donald Trump anunciou neste domingo (27) acordos com a União Europeia, Japão e China, consolidando uma nova fase da política econômica americana. O Brasil, no entanto, permanece fora das negociações e enfrenta a perspectiva de uma tarifa de 50% sobre seus produtos exportados aos EUA.
Enquanto países como Reino Unido, Vietnã, Indonésia e Filipinas também conseguiram acordos com Washington, o Brasil não avançou nas tratativas. Segundo fontes do governo brasileiro, a ausência de diálogo técnico e a politização das relações comerciais têm dificultado qualquer aproximação. A carta enviada por Brasília em 16 de maio ainda não recebeu resposta oficial.
A decisão de Trump de aplicar a tarifa mais alta ao Brasil tem sido interpretada como uma retaliação política. O presidente americano tem criticado abertamente o processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, classificando-o como “vergonha internacional”. O governo Lula, por sua vez, considera a medida unilateral e sem base técnica, e levou o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC).
Acordos bilaterais e investimentos bilionários
• União Europeia: Redução de tarifas para 15% e promessa de compra de US$ 750 bilhões em energia americana, além de US$ 600 bilhões em investimentos nos EUA;
• Japão: Tarifa de 15% e compromisso de investir US$ 550 bilhões nos setores norte-americanos, com os EUA retendo 90% dos lucros;
• China: Suspensão temporária de tarifas por 90 dias, com redução de tributos de 125% para 10% por parte de Pequim e de 145% para 30% por Washington.
Produtos como carne bovina, café e suco de laranja estão entre os mais afetados pela tarifa de 50%, que deve entrar em vigor em 1º de agosto. Especialistas apontam que o Brasil não tem margem de manobra para propor um acordo nos moldes dos demais países, e que o tempo para reverter o cenário é escasso.
A exclusão do Brasil dos acordos comerciais reforça o isolamento diplomático e acende um alerta sobre os rumos da política externa brasileira diante da nova postura protecionista dos Estados Unidos.
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