"Vão rasgar nossa Constituição de novo?", questiona Carla Zambelli ao contestar pedido de prisão da PGR
- Luana Valente
- 4 de jun.
- 2 min de leitura

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou nesta terça-feira (3) que o pedido de prisão preventiva solicitado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra ela é "inconstitucional". Em vídeo publicado em suas redes sociais, Zambelli argumentou que parlamentares só podem ser presos em flagrante delito e por crimes inafiançáveis, conforme previsto no artigo 53 da Constituição Federal.
"Agora, a Procuradoria-Geral da República quer pedir minha prisão. Só tem um detalhe. O deputado federal não pode ser preso, a não ser em flagrante e em caso de crime inafiançável", argumentou Zambelli.
"Não é um crime inafiançável que estão me acusando injustamente, e também não estou sendo presa em flagrante. Então, essa é uma prisão inconstitucional. Mais uma vez o STF e o Procurador da República tentando cair em algo inconstitucional", completou, e ainda finalizou com o questionamento: Vão rasgar nossa Constituição de novo?"
O pedido da PGR foi feito após a deputada anunciar que havia deixado o Brasil. Segundo Zambelli, a viagem ocorreu para a realização de um tratamento médico, e ela pretende solicitar licença não remunerada do mandato. No entanto, a PGR considera que a saída do país pode comprometer a aplicação da pena de dez anos de prisão imposta pelo STF em maio, devido ao seu envolvimento na invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, deve analisar o pedido da PGR e pode determinar a prisão preventiva da parlamentar. Além disso, a Procuradoria solicitou a inclusão do nome de Zambelli na lista de difusão vermelha da Interpol, o que permitiria sua prisão internacional.
Zambelli, que atualmente está nos Estados Unidos e planeja viajar para a Itália, afirmou que possui cidadania italiana e, por isso, não pode ser deportada para o Brasil. No entanto, especialistas apontam que há precedentes de extradição de cidadãos com dupla nacionalidade, dependendo da decisão das autoridades italianas.
O caso segue em análise pelo STF, e a decisão sobre a prisão preventiva da deputada pode ser tomada nos próximos dias.
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