Bolsonaro completa uma semana preso em regime fechado
- Luana Valente

- 29 de nov.
- 3 min de leitura
Ex-presidente enfrenta agravamento na saúde e gera comoção entre aliados e apoiadores

Neste sábado (29), completa uma semana que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), se encontra preso na Superintêndencia da Polícia Federal (PF), em Brasília.
O ex-mandatário brasileiro foi preso preventivamente no último sábado (22), por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
A prisão preventiva foi decretada depois que a PF apontou risco de fuga durante a vigília convocada pelo filho do ex-presidente, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em frente ao condomínio Solar de Brasília, no Jardim Botânico, onde Bolsonaro mora e cumpria prisão domiciliar.
A decisão judicial também registrou que o ex-presidente teria tentado violar a tornozeleira eletrônica usando um ferro de solda.
Após o ocorrido, Flávio apontou que a prisão ocorreu com base em “intolerância religiosa”, pelo fato de ser citado na decisão, a vigília convocada por ele. O parlamentar também mencionou que o objetivo do Partido Liberal no momento, gira em torno da aprovação da Anistia.
Na terça-feira (25), após a Corte declarar que o processo por tentativa de golpe de Estado transitou em julgado (concluído), o político iniciou o cumprimento da pena em regime fechado no local.
O ex-presidente foi condenando, no dia 11 de setembro deste ano, pela Primeira Turma do STF, a 27 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de: tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado.
Risco à sáude
A decisão também gerou críticas pelo fato do ex-presidente apresentar uma saúde debilitada, conforme relatam a família e aliados durante visitas.
Na última quinta-feira (27), o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), também filho de Jair, afirmou que o ex-presidente teve mais uma crise acentuada de soluços e refluxos.
O parlamentar chegou a afirmar que Bolsonaro corre o risco de não sobreviver:
“Acabo de receber a informação de que meu pai acaba de ter mais uma crise acentuada que já vinha se arrastando. Os médicos foram acionados nesta tarde (27) diante da persistência de soluços e refluxos que começaram durante a noite e continuaram ao longo do dia. Ele não vai sobreviver frente a essa injustiça. O sistema está assassinando de forma rápida e brutal o meu pai… o que fazer, Meu Deus?”, escreveu em postagem nas redes sociais.
Em outro momento, o senador Flávio Bolsonaro denunciou bloqueio de alimentação especial ao ex-presidente.
Para o parlamentar, a restrição contraria orientações médicas relacionadas às sequelas da cirurgia intestinal à qual Bolsonaro foi submetido após a facada sofrida em 2018.
“Ele precisa ter uma alimentação especial por causa do trato intestinal, por causa das sequelas da cirurgia. Soou muito estranho que alguém tivesse dado essa determinação para ir contra a medicação prescrita pelos médicos”, afirmou em coletiva de imprensa após visita ao ex-presidente.
Os relatos geraram comoção por parte de aliados e apoiadores, que se solidarizam com o ex-presidente em diversas postagens nas redes sociais e protestos em frente à Superintendência da PF.
Reação na área jurídica
A prisão provocou reações no próprio meio jurídico, como o ex-procurador-geral da República Evaldo Campos, que afirmou que a prisão de Bolsonaro representa “um ato da maior insensatez”.
O ex-PGR afirma que a condenação representa “uma ignomínia” conduzida fora dos parâmetros constitucionais.
Para Campos, a forma como o julgamento ocorreu desrespeitou o devido processo legal e feriu princípios que deveriam resguardar qualquer cidadão, incluindo autoridades ou ex-autoridades.
Via Diário do Poder






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