Declaração de Flávio Dino sobre Charlie Kirk repercute nos EUA e gera tensão diplomática
- Luana Valente

- 13 de set.
- 2 min de leitura

Uma fala do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, durante o julgamento da suposta “trama golpista” envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, provocou forte reação no governo dos Estados Unidos e gerou desconforto diplomático entre os dois países.
Durante a sessão da Primeira Turma do STF, realizada em 11 de setembro, Dino lamentou o assassinato do ativista conservador norte-americano Charlie Kirk, morto a tiros em Utah, classificando o episódio como um “grave crime político”. No entanto, em sua declaração, o ministro fez uma analogia entre o caso e o perdão concedido pelo presidente Donald Trump a cerca de 1.500 envolvidos na invasão ao Capitólio em 2021. Segundo Dino, “foi feito perdão nos Estados Unidos, mas não há paz”, sugerindo que a anistia não necessariamente promove pacificação social.
A fala foi traduzida e enviada a autoridades do Departamento de Estado dos EUA, que reagiram com irritação. Uma fonte diplomática teria se referido ao ministro como “louco” (“he’s crazy”), segundo apuração da CNN Brasil. A repercussão foi amplificada por aliados de Trump, incluindo o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que compartilhou o vídeo da fala em suas redes sociais, classificando-a como “nojenta”.
Charlie Kirk, figura central do movimento conservador “Make America Great Again” (MAGA), era próximo de Trump e desempenhava papel estratégico na mobilização do eleitorado jovem nos EUA A. Sua morte, ocorrida durante uma palestra em uma universidade de Utah, foi rapidamente politizada, e a menção feita por Dino foi interpretada como crítica indireta ao governo norte-americano.
A tensão gerada pela declaração impulsionou especulações sobre possíveis sanções contra autoridades brasileiras. Observadores internacionais apontam que Dino poderia ser alvo de medidas semelhantes às aplicadas ao ministro Alexandre de Moraes, sancionado anteriormente com base na Lei Magnitsky.
Enquanto o episódio alimenta o clima de instabilidade diplomática, veículos como o The New York Times elogiaram o STF pela condenação de Bolsonaro, destacando o contraste com a resposta dos EUA aos atos de 6 de janeiro de 2021.
A fala de Dino, desconexa em termos jurídicos, acabou por se tornar um ponto de atrito internacional, evidenciando como decisões e declarações judiciais podem reverberar além das fronteiras e impactar relações bilaterais.






Comentários