Depoimento de Mauro Cid ao STF levanta dúvidas sobre sustentação da prisão de Filipe Martins
- Luana Valente
- 14 de jul.
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Brasília — Em audiência realizada nesta segunda-feira (14), o tenente-coronel Mauro Cid declarou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que Filipe Martins, ex-assessor especial da Presidência, não embarcou no voo presidencial que levou Jair Bolsonaro aos Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022.
A afirmação contradiz diretamente a justificativa usada pela Polícia Federal (PF) para a prisão preventiva de Martins, decretada em fevereiro de 2024 durante a operação Tempus Veritatis. À época, a PF alegou risco de fuga com base na suposta presença de Martins na viagem internacional, o que teria vinculado o ex-assessor à trama golpista investigada pelo STF.
Questionado pela defesa sobre por que não havia informado esse fato anteriormente, Cid respondeu: “Porque não me foi perguntado”. A defesa de Martins sempre negou a viagem e apresentou documentos que indicam que ele teria viajado de Brasília a Curitiba em 31 de dezembro de 2022, além de registros do U.S. Customs and Border Protection que apontam que sua última entrada nos EUA ocorreu em agosto de 2019.
A revelação impulsiona o debate sobre a legalidade da prisão de Martins, que permaneceu detido por quase sete meses. Juristas e parlamentares classificam o episódio como “perseguição judicial”, e há suspeitas de manipulação de registros migratórios para justificar a detenção.
A defesa do ex-assessor solicitou a anulação da delação de Cid e uma acareação para esclarecer os fatos. O caso segue em análise no STF e pode ter repercussões tanto no cenário político quanto nas relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos.
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