Embaixada dos EUA envia recado indireto a Alexandre de Moraes após indiciamento de Eduardo Bolsonaro
- Luana Valente

- 21 de ago.
- 2 min de leitura

A tensão entre o governo brasileiro e autoridades norte-americanas ganhou novo capítulo nesta semana, após a Polícia Federal indiciar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por suposta articulação de sanções internacionais contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Em meio à repercussão, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil publicou uma nota considerada como uma indireta clara ao magistrado.
A declaração, divulgada nas redes sociais da embaixada, reproduz uma mensagem do vice-secretário de Estado dos EUA, Christopher Landau, que afirma: “Nenhum juiz brasileiro, nem qualquer outro tribunal estrangeiro, tem poder para anular a Primeira Emenda. Ponto final”. A Primeira Emenda da Constituição americana garante a liberdade de expressão e tem sido frequentemente citada por aliados do ex-presidente Donald Trump em críticas às decisões de Moraes que envolvem remoção de conteúdos em plataformas digitais como X (antigo Twitter) e Rumble.
O posicionamento ocorre dias após Eduardo Bolsonaro ser formalmente acusado de colaborar com autoridades americanas para incluir Moraes na lista de sanções da Lei Magnitsky — legislação que impede a entrada de indivíduos em território norte-americano e bloqueia o acesso a bens e serviços de empresas dos EUA. Segundo a Polícia Federal, o deputado teria atuado “de forma subordinada a interesses de agentes estrangeiros” para influenciar decisões judiciais brasileiras.
A investigação também aponta trocas de mensagens entre Eduardo e o advogado Martin de Luca, representante da Trump Media e da plataforma Rumble, além de movimentações financeiras suspeitas e documentos apreendidos que indicam articulações políticas em Washington.
Especialistas em relações internacionais alertam para o agravamento das tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, com a possibilidade de novas sanções, causando impasses para o diálogo bilateral, especialmente em áreas como cooperação jurídica e comércio exterior.
Enquanto o governo brasileiro ainda avalia os desdobramentos do caso, o STF mantém silêncio oficial sobre a nota da embaixada. Nos bastidores, aliados de Moraes consideram a manifestação uma tentativa de intimidação e uma afronta à soberania do Judiciário brasileiro.
A crise, que envolve figuras centrais da política nacional e internacional, promete se intensificar nas próximas semanas, com novos depoimentos previstos e possível repercussão no julgamento de Jair Bolsonaro, também indiciado pela PF por suposta tentativa de golpe de Estado.






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