EUA cancelam evento militar com Brasil e acendem alerta na Defesa
- Luana Valente

- 20 de ago.
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O governo norte-americano cancelou sua participação na Conferência Espacial das Américas - edição 2025, que seria realizada entre os dias 29 e 31 de julho em Brasília, em parceria com a Força Aérea Brasileira (FAB). A decisão, tomada unilateralmente por Washington, acendeu um sinal de alerta no Ministério da Defesa brasileiro, que teme impactos na cooperação estratégica entre os dois países.
Além da conferência, o Comando Sul dos EUA (Southcom) indicou que também poderá se ausentar da Operação Formosa, o principal exercício militar da Marinha brasileira. A ausência norte-americana nesses eventos é vista como reflexo direto do esfriamento nas relações bilaterais, agravadas pela discordância da parte de Donald Trump quanto a gestão política do presidentes Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo fontes da Defesa, o cancelamento preocupa por colocar em risco acordos de transferência de tecnologia e manutenção de equipamentos militares adquiridos dos EUA, como os helicópteros Black Hawk e os mísseis Javelin. “Estamos trabalhando para preservar os laços estratégicos, mas o cenário exige cautela”, afirmou uma autoridade militar sob condição de anonimato.
A Conferência Espacial das Américas, que teria sua quarta edição este ano, é um fórum voltado à cooperação no setor espacial, abrangendo áreas como telecomunicações, pesquisa e navegação. Em 2024, o evento foi sediado em Miami e contou com a presença de dez países, incluindo Argentina, Canadá e México.
O governo Trump não apresentou justificativas formais para o cancelamento, mas analistas apontam que a decisão está ligada à crescente fricção entre os dois países. Recentemente, Trump acusou o governo Lula e o Supremo Tribunal Federal de promoverem uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu em processos relacionados à tentativa de golpe.
Como retaliação ao cenário politico e jurídico brasileiro, Washington impôs sanções financeiras contra o ministro Alexandre de Moraes e revogou vistos de membros da corte e de ex-funcionários do programa Mais Médicos. No campo econômico, os EUA também elevaram tarifas sobre produtos brasileiros em até 50%, ampliando o clima de instabilidade.
Mesmo com o posicionamento dos EUA, o Brasil intensificado parcerias militares com a China, que tem fornecido equipamentos e treinamento às Forças Armadas brasileiras.
Diante deste cenário, é possível que os exercícios como a Operação Core 2025 e o Exercício Tápio, previstos para o próximo ano, sejam afetados.






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