EUA sinalizam que acordo comercial com Brasil pode levar meses, diz representante Jamieson Greer

EFE

O governo dos Estados Unidos avalia que um acordo comercial com o Brasil pode levar semanas ou até meses, segundo declarações do representante comercial Jamieson Greer nesta sexta-feira (31).

Em entrevista coletiva concedida em Washington, Jamieson Greer afirmou que as negociações entre os governos de Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva ainda estão em fase preliminar, com o formato do pacto sendo analisado pelas equipes técnicas de ambos os países. “O presidente Lula e o presidente Trump se entenderam muito bem. Eles querem um acordo. Estamos analisando o formato desse acordo. Espero que isso aconteça em algumas semanas ou meses. Minha equipe está pronta. Queremos ter certeza de que os brasileiros também estejam prontos para colaborar”, declarou Greer.

As declarações contrastam com o otimismo demonstrado pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, que havia sinalizado a possibilidade de um entendimento em “poucas semanas” após o encontro entre os dois presidentes na Malásia, realizado no último domingo (26). Na ocasião, Lula solicitou a suspensão das tarifas de 50% impostas pelos EUA sobre produtos brasileiros desde agosto, como café, petróleo e suco de laranja.

Greer participou da reunião entre Trump e Lula, além de ter acompanhado o encontro entre o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e o chanceler Mauro Vieira em Washington, no dia 16 de outubro. Segundo o representante comercial, o governo norte-americano está disposto a avançar nas tratativas, mas espera reciprocidade e preparo técnico por parte do Brasil.

Enquanto isso, o Senado dos EUA aprovou no dia 28 de outubro um projeto que revoga as tarifas impostas pelo governo Trump, além de derrubar o estado de emergência nacional decretado em julho, relacionado à investigação da Justiça brasileira contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A expectativa agora é por uma nova rodada de negociações, com cronograma já acordado entre os dois países. No entanto, ainda não há previsão oficial para a suspensão das tarifas durante o período de tratativas, conforme esperava Lula.