Justiça italiana mantém prisão de Carla Zambelli durante processo de extradição

A Justiça italiana decidiu nesta sexta-feira (1°), manter a prisão preventiva da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), que está detida no presídio feminino de Rebibbia, em Roma. A decisão foi tomada após audiência de custódia conduzida pelo juiz Aldo Morgigni, da Corte de Apelação de Roma.

Durante a audiência, Zambelli declarou que não pretende retornar ao Brasil e solicitou um novo julgamento na Itália, país do qual possui cidadania. A defesa da parlamentar, representada pelo advogado italiano Pieremilio Sammarco, e o Partido Liberal atuam junto ao governo italiano para evitar a extradição.

Zambelli deixou o Brasil em junho, após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão por suposta falsidade ideológica e invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O processo agora segue para a Corte de Apelação de Roma, onde serão apresentados os argumentos da defesa e da Justiça italiana. Caso haja recurso, o caso poderá ser levado à Corte de Cassação, instância máxima do Judiciário italiano. Mesmo com parecer favorável da Justiça, a decisão final sobre a extradição cabe ao Ministério da Justiça da Itália, que pode negar o pedido por razões políticas.

O pedido de extradição foi formalizado pelo STF e está em análise pelas autoridades italianas. A Advocacia-Geral da União (AGU), por determinação do ministro Alexandre de Moraes, acompanha o processo. No entanto, especialistas apontam que o processo pode se estender por até dois anos, embora exista a possibilidade de soltura antecipada.