Líder do PL, Sóstenes Cavalcante, denuncia 'pressão covarde' e protocola urgência para anistia na Câmara

Câmara dos Deputados

O líder do Partido Liberal (PL) na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, protocolou nesta segunda-feira (14) o requerimento de urgência para o Projeto de Lei da Anistia, que busca isentar os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de punições legais. A decisão foi tomada após denúncias de "pressão covarde" por parte do governo Lula, que teria tentado convencer deputados da base aliada a retirarem suas assinaturas do documento.

O requerimento foi apresentado com 264 assinaturas, número superior ao mínimo necessário de 257. No entanto, duas assinaturas foram invalidadas, incluindo a do próprio Sóstenes, por ser líder do partido, e a do deputado Coronel Zucco (PL-RS), líder da oposição.

Segundo Cavalcante, a estratégia de protocolar o pedido foi antecipada para evitar novas desistências, garantindo que o documento fosse registrado antes de qualquer outra retirada de apoio.

Caso a urgência seja aprovada, o projeto poderá ser analisado diretamente no plenário da Câmara, sem passar pelas comissões temáticas, acelerando sua tramitação. No entanto, a decisão de pautar o requerimento depende do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que tem se mostrado resistente à ideia de colocar o tema em votação.

A proposta de anistia tem gerado intensos debates entre governistas e oposicionistas. Enquanto aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro defendem a medida como uma forma de pacificar o país, líderes da base governista, como Lindbergh Farias (PT), criticam o projeto, alegando que ele seria inconstitucional e representaria um ataque às instituições democráticas.

A movimentação política em torno do projeto reflete as divisões internas entre os partidos da base aliada do governo Lula, muitos dos quais assinaram o requerimento de urgência, apesar de ocuparem cargos ministeriais. A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, chegou a ameaçar demitir indicados dos parlamentares que apoiaram a proposta.

O cenário político segue com expectativas sobre os próximos passos do presidente da Câmara e os desdobramentos do projeto de anistia.