Marco Aurélio Mello questiona "golpe" e afirma que anistia é ato soberano do Congresso
- Luana Valente
- 7 de mai.
- 2 min de leitura

O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, expressou dúvidas sobre a caracterização dos atos de 8 de janeiro como uma tentativa de golpe de Estado. Em entrevista ao GloboNews Debate, na noite desta terça-feira (6), Mello afirmou que não compreende a ideia de um golpe sem o apoio das Forças Armadas, destacando que os eventos daquele dia começaram como uma manifestação e evoluíram para atos de vandalismo.
Eu não compreendo tentativa de golpe de Estado sem o apoio das Forças Armadas. Os cidadãos em si, em uma passeata, como ocorreu, quando o Estado não se fez presente em termos de repressão, que passaram à baderna, e aí à depredação pública, como se verificou e a todos os títulos (foi) lastimável”, ressaltou Marco Aurélio.
Além disso, o ex-ministro abordou a questão da anistia aos envolvidos nos atos, enfatizando que essa decisão cabe ao Congresso Nacional. Segundo ele, a anistia é um "ato soberano" do Legislativo e representa uma tentativa de pacificação social.
Mello também criticou o fim da Operação Lava Jato, classificando-o como um retrocesso. Ele comparou a anistia com o encerramento da força-tarefa, questionando qual dos dois eventos teria maior impacto negativo para o país.
Anistia é ato do Congresso Nacional. A meu ver, é um ato soberano. Não há como justificar anistia. É perdão, é esquecimento, virada de página, busca da paz social, do entendimento entre as partes antagônicas. O que é pior: a anistia em si ou o enterro da Lava Jato sem o direito à missa de sétimo dia?” destacou.
A declaração do ex-ministro ocorre em meio a debates sobre a responsabilização dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e a possibilidade de concessão de anistia por parte do Congresso.
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