
Em uma decisão que autorizou a Operação Contragolpe, realizada pela Polícia Federal (PF) na terça-feira (19), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, mencionou seu próprio nome 44 vezes. A operação visava prender policiais militares e um agente federal acusados de planejar a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do próprio Moraes.
A decisão de Moraes destaca a complexidade do caso, onde ele atua simultaneamente como juiz e vítima. A operação é mais um episódio em que o ministro se vê no centro das investigações que conduz. Em sua decisão, Moraes reproduziu trechos da investigação policial que mencionam atos de monitoramento contra ele, evidenciando a profundidade das ameaças e a necessidade de medidas rigorosas.
A operação e a decisão de Moraes geraram debates sobre a imparcialidade e a concentração de poder nas mãos do ministro, que desde 2019 tem acumulado investigações sob seu comando, incluindo o controverso inquérito das fake news. A atuação de Moraes, que já foi criticada por ultrapassar os limites tradicionais entre investigação e julgamento, continua a ser um ponto de discussão na política brasileira.
A assessoria do STF foi procurada para comentar o caso, mas não houve manifestação até o momento.
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