Moro critica governo Lula por “frouxidão” no combate ao crime e propõe ações mais duras

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Em entrevista concedida ao programa Contexto Metrópoles nesta quinta-feira (30), o senador Sérgio Moro afirmou que o governo federal tem demonstrado fragilidade no enfrentamento à criminalidade. Segundo ele, a atual administração é “frouxa no combate à criminalidade” e não tem adotado medidas eficazes para conter o avanço das facções criminosas no país.

Moro direcionou críticas especialmente à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, de autoria do governo Lula, que tramita no Congresso Nacional. Para o ex-juiz da Lava Jato, a proposta “não resolve nada” e está aquém das necessidades reais do país. “Tem algumas medidas relevantes, mas muito aquém do que seria necessário”, declarou.

Como alternativa, o senador defendeu a criação de forças-tarefa conjuntas entre o governo federal e os estados para desmantelar organizações criminosas como o Comando Vermelho (CV). Ele também sugeriu maior integração entre as polícias e o fortalecimento da atuação da Polícia Federal e do Ministério Público no combate ao crime organizado.

Apesar das críticas, Moro reconheceu avanços recentes, como a sanção presidencial de um projeto de sua autoria que tipifica como crime a conspiração ou o ajuste para atentados contra agentes públicos. A nova lei, sancionada por Lula, prevê penas de 4 a 12 anos de prisão e multa para quem tentar obstruir ações contra o crime organizado.

O senador também destacou a importância da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, proposta por seu colega Alessandro Vieira (MDB-SE), como uma oportunidade de realizar um diagnóstico aprofundado sobre a infiltração de facções criminosas nas instituições e na economia brasileira.

As declarações de Moro impulsionam o debate sobre a eficácia das políticas de segurança pública no Brasil e colocam em evidência as divergências entre o governo federal e setores da oposição quanto às estratégias para enfrentar a criminalidade.