Nikolas Ferreira protocola pedido de impeachment contra Lula após sanções de Trump
- Luana Valente
- 16 de jul.
- 2 min de leitura
Brasília — O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) protocolou nesta terça-feira (15) um pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), alegando que a condução da política externa brasileira provocou uma crise diplomática com os Estados Unidos e resultou em sanções econômicas severas.
A iniciativa ocorre após o presidente norte-americano Donald Trump anunciar um “tarifaço” de 50% sobre todos os produtos brasileiros, com início previsto para 1º de agosto. Em carta enviada a Lula, Trump criticou a postura do governo brasileiro em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro e à atuação do Supremo Tribunal Federal, acusando a Justiça brasileira de censurar plataformas de mídia social americanas.
O documento, assinado por Nikolas Ferreira e outros 72 parlamentares, acusa Lula de cometer crimes de responsabilidade previstos na Lei nº 1.079/1950. Entre os pontos destacados estão:
• Aproximação com regimes autoritários, como o Irã, incluindo a autorização para atracação de navios de guerra iranianos no Brasil;
• Recusa em classificar o Primeiro Comando da Capital (PCC) como grupo terrorista, mesmo após solicitações formais dos EUA;
• Defesa da desdolarização nas negociações entre os países dos Brics;
• Declarações públicas consideradas ofensivas a líderes internacionais, como Donald Trump.
Segundo Ferreira, essas ações teriam comprometido a imagem do Brasil no cenário internacional e contribuído diretamente para as sanções impostas pelos EUA. “A política externa deve servir aos brasileiros, e não à conveniência de regimes autoritários ou agendas antiocidentais”, afirmou o deputado.
O pedido foi entregue ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que decidirá se dará andamento ao processo. Caso aceite, será criada uma comissão especial com representantes de todos os partidos. Lula será notificado e terá dez sessões para apresentar sua defesa. Para que o processo avance ao Senado, são necessários dois terços dos votos na Câmara.
Até o momento, o Palácio do Planalto não se pronunciou oficialmente sobre o pedido. A crise diplomática e seus desdobramentos seguem em pauta no Congresso Nacional e entre analistas internacionais.
Kommentare