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‘O sr cassou a minha palavra?’, questiona advogado ao contestar Moraes e é silenciado em audiência no Supremo



Reprodução
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Brasília — Um novo episódio de tensão marcou a audiência desta quarta-feira (16), no Supremo Tribunal Federal (STF), durante o julgamento dos réus envolvidos na suposta tentativa de golpe de Estado em 2023. O ministro Alexandre de Moraes protagonizou um embate com o advogado Jeffrey Chiquini, defensor de Filipe Martins, ex-assessor da Presidência, ao ponto de silenciar seu microfone e cassar sua palavra.


Durante a oitiva do general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Chiquini questionou a veracidade das imagens dos atos de 8 de janeiro, Moraes interrompeu o advogado, perguntando se ele estava acusando alguém de ocultar provas.


“Doutor, doutor, já respondeu doutor”, disse Moraes. Ainda assim, Chiquini prosseguiu com a pergunta. “Quando os invasores chegaram…”, até que o ministro o cortou novamente. “Doutor, quando os golpistas chegaram, porque não são vândalos, são golpistas, as imagens são muito claras, o sr deveria ter acompanhado”. O defensor prosseguiu e questionou: “quais imagens, excelência, as 190 ou as duas fornecidas? As que desapareceram ou aquelas disponíveis de forma seletiva?”.


“O senhor está acusando alguém de ter desaparecido”, questionou Alexandre de Moraes. Jeffrey Chiquini manteve a defesa, mas o ministro anunciou o encerramento da oitiva e cortou o áudio por um instante. Em seguida, Chiquini contestou e perguntou: “Só para esclarecer, o sr cassou a minha palavra?”. “Por favor, doutor, cacei a palavra. Cacei a palavra”, declara Moraes ao encerrar a audiência.


Esse não foi o primeiro confronto entre os dois. Em sessões anteriores, Moraes já havia repreendido o advogado por sua postura, chegando a dizer: “Enquanto eu falo, o senhor fica quieto”. Chiquini, por sua vez, anunciou que acionará a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), alegando violação de prerrogativas profissionais.


O episódio impulsiona o debate sobre o princípio da ampla defesa e do contraditório em julgamentos e o papel do magistrado na condução das audiências. A ação penal em questão investiga uma suposta articulação de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro para manter-se no poder após as eleições de 2022.

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