Paulo Figueiredo chama Alexandre de Moraes de “ditador do Brasil” em audiência no Congresso dos EUA
- Luana Valente
- há 15 horas
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Washington — O jornalista e youtuber Paulo Figueiredo Filho, neto do ex-presidente João Figueiredo, classificou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, como “ditador do Brasil” durante uma audiência na Comissão de Direitos Humanos Tom Lantos, no Congresso dos Estados Unidos.
A sessão, realizada nesta terça-feira, teve como foco a repressão transnacional — termo usado para descrever ações de governos que extrapolam suas fronteiras para intimidar ou perseguir opositores. Figueiredo foi um dos convidados a depor sobre supostas violações de direitos humanos cometidas por autoridades brasileiras, com ênfase nas decisões judiciais atribuídas a Moraes.
Durante seu depoimento, Figueiredo afirmou ser alvo de perseguição política desde 2019, quando teve prisão preventiva decretada no Brasil e seu nome incluído na lista vermelha da Interpol. Ele relatou ter sido detido por 17 dias nos EUA e disse ter gasto mais de um milhão de dólares em sua defesa. “Em 2022, Alexandre de Moraes, ditador do Brasil disfarçado de juiz, voltou a me perseguir por relatar verdades incômodas”, declarou o comunicador aos parlamentares americanos.
Figueiredo também pediu que o Congresso dos EUA recomende sanções contra Moraes no prazo de 30 dias, citando a Lei Magnitsky — legislação americana que permite punições a estrangeiros acusados de violar direitos humanos. Segundo ele, o ministro bloqueou suas redes sociais, congelou seus bens no Brasil e cancelou seu passaporte, além de manter um suposto mandado de prisão secreto.
A audiência ocorre em meio a uma ofensiva de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro para pressionar autoridades americanas a reagirem contra decisões do STF. Entre os nomes citados por Figueiredo como alvos de Moraes estão o influenciador Allan dos Santos, o empresário Elon Musk e o CEO da plataforma Rumble, Chris Pavlovski.
Até o momento, o governo brasileiro não se pronunciou oficialmente sobre as declarações feitas no Congresso americano. Moraes, por sua vez, já afirmou em sessões do STF que Figueiredo está foragido e que há mandado de prisão em aberto contra ele.
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