Ramagem diz ter apoio dos EUA para permanecer fora do Brasil

Deputado condenado pelo STF afirma que continuará exercendo o mandato à distância

Ton Molina/STF

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Jair Bolsonaro, declarou que recebeu apoio do governo dos Estados Unidos para permanecer no país. Segundo ele, autoridades norte-americanas teriam manifestado satisfação em vê-lo “seguro e a salvo” em território americano.

Ramagem deixou o Brasil após ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 16 anos, um mês e 15 dias de prisão por crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada. A ordem de prisão foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, mas o parlamentar já havia viajado antes da decisão judicial.

Apesar da condenação, o deputado afirmou que seguirá exercendo suas funções parlamentares de forma remota. Em vídeo publicado nas redes sociais, disse estar em situação “regular” e que a Constituição lhe permitiria manter o mandato mesmo à distância. Ramagem argumentou ainda que não poderia ser preso sem autorização da Câmara dos Deputados e comparou sua situação à de outros parlamentares que, segundo ele, também atuam fora do país.

A saída de Ramagem do Brasil está sendo investigada pela Polícia Federal, já que não houve autorização da Câmara para missão oficial no exterior.

O deputado também afirmou ser vítima de perseguição política e disse que deixou o país para proteger suas filhas. Em suas declarações, reforçou a narrativa de alinhamento com o discurso do presidente norte-americano Donald Trump, a quem comparou sua própria situação.