Trocas no gabinete de Alexandre de Moraes: Juízes deixam equipe e ministro seleciona substitutos
- Luana Valente
- 3 de abr.
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Atualizado: 3 de abr.

Entre janeiro e março, o gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), passou por mudanças significativas. Três magistrados que atuavam como auxiliares e instrutores deixaram suas funções para retornar ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP). Moraes não forneceu detalhes sobre os motivos das mudanças em seu gabinete, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.
Entre os que saíram está o desembargador Airton Vieira, que desempenhava um papel crucial como juiz instrutor em processos criminais desde 2018. Vieira esteve envolvido em um caso de vazamento de informações, revelado por áudios divulgados pela imprensa, que apontavam troca de dados fora dos trâmites legais com Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Polícia Federal indiciou Tagliaferro por violação de sigilo funcional.
Além de Vieira, os juízes Rogério Marrone de Castro Sampaio e André Solomon Tudisco também deixaram o gabinete. Ambos estavam cedidos ao STF pelo TJSP e atuavam como juízes auxiliares. O único magistrado mantido na equipe foi Rafael Tamai Rocha, da vara criminal do TJSP.
O ministro Alexandre de Moraes iniciou um processo seletivo para recompor sua equipe, que continuará contando com quatro juízes de apoio, sendo três auxiliares e um instrutor. Moraes é o único ministro do STF autorizado a ter quatro assistentes, enquanto os demais são limitados a três, conforme resolução interna.
As mudanças no gabinete ocorrem em meio a investigações sobre o vazamento de informações que envolvem o ex-assessor Tagliaferro. A Polícia Federal o indiciou pelo vazamento de conversas de servidores dos gabinetes do ministro, o imputando o crime de violação de sigilo funcional com dano à administração pública.
O advogado de defesa Eduardo Kuntz, que representa o perito, reiterou que ele não foi o responsável por repassar as conversas.
"Meu cliente reitera, categoricamente, que não foi responsável pelo suposto vazamento. Esperamos que a Douta Procuradoria Geral da República possa verificar a fragilidade da investigação e não acolha as ilações contidas no relatório policial", disse o criminalista ao Estadão.
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