Embaixada dos EUA critica ministro Alexandre de Moraes e fala em “poder ditatorial”

A relação diplomática entre Brasil e Estados Unidos atravessa um momento de forte tensão após críticas da Embaixada norte-americana em Brasília e do vice-secretário de Estado dos EUA, Christopher Landau, contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Em publicações nas redes sociais, a Embaixada dos EUA afirmou que “um único ministro do STF usurpou poder ditatorial ao ameaçar líderes dos outros poderes, ou suas famílias, com detenção, prisão ou outras penalidades”. Embora Moraes não tenha sido citado nominalmente, o contexto e o histórico das críticas deixam claro o alvo das declarações.

Christopher Landau reforçou a crítica, classificando a atuação do magistrado como “sem precedentes e anômala”, e acusou Moraes de destruir a relação histórica entre Brasil e Estados Unidos ao tentar aplicar extraterritorialmente a lei brasileira para silenciar indivíduos e empresas em solo americano.

O Itamaraty reagiu às críticas, convocando o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA, Gabriel Escobar, para esclarecimentos. Em nota oficial, o governo brasileiro classificou as declarações como “um ataque frontal à soberania” e reafirmou que decisões judiciais são matéria exclusiva da jurisdição nacional.

As críticas ocorrem em meio à imposição de sanções contra Moraes pelo governo de Donald Trump, com base na Lei Global Magnitsky, que bloqueia ativos e proíbe a entrada do ministro nos EUA. A medida foi justificada com acusações de violações de direitos humanos, especialmente relacionadas à condução de processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.

Além disso, Trump anunciou tarifas adicionais de 50% sobre produtos brasileiros, alegando motivos políticos, como o tratamento dado pelo Judiciário brasileiro a empresas de tecnologia americanas e a Bolsonaro.

A escalada de críticas e medidas punitivas por parte dos EUA representa um desafio diplomático significativo para o governo brasileiro.