EUA anunciam novas sanções contra Moraes, diz aliado de Bolsonaro
- Luana Valente
- 19 de jul.
- 2 min de leitura

A tensão entre os Estados Unidos e o Brasil ganhou novos contornos nesta sexta-feira (18), após o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmar que o governo de Donald Trump prepara novas sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para a próxima semana.
Segundo Cavalcante, as medidas incluirão restrições adicionais a Moraes, seus familiares e outros magistrados, ampliando a revogação de vistos já anunciada pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio. “Não são só sinalizações, haverá muitas sanções. A recaia será ainda mais intensa”, declarou o parlamentar à revista IstoÉ.
Rubio justificou a decisão como resposta à “caça às bruxas” promovida por Moraes contra Bolsonaro, alegando que as ações do ministro violam direitos fundamentais e extrapolam as fronteiras brasileiras, afetando inclusive cidadãos americanos. A medida se baseia na Lei Magnitsky, que permite sanções contra indivíduos acusados de corrupção ou violações graves de direitos humanos.
A escalada ocorre em meio a uma operação da Polícia Federal contra Bolsonaro, determinada por Moraes, que resultou na apreensão de valores em espécie e na imposição de medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica e restrições de comunicação. Moraes acusa Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro, de articularem sanções estrangeiras contra autoridades brasileiras, o que poderia configurar tentativa de submissão do STF a interesses externos.
A ministra Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais, classificou a revogação dos vistos como uma “afronta ao Poder Judiciário e à soberania nacional”. Já Eduardo Bolsonaro, atualmente nos EUA, celebrou as sanções e prometeu novas ações contra Moraes nos próximos dias.
Especialistas afirmam que a revogação de vistos é prerrogativa do Executivo americano e pode ser aplicada com base em interesses de segurança ou política externa. A crise diplomática se intensifica com a imposição de tarifas de 50% sobre exportações brasileiras aos EUA, anunciadas por Trump, e pode afetar negociações bilaterais e a estabilidade institucional brasileira.
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