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Ex-assessor acusa Alexandre de Moraes de direcionar investigações e cita monitoramentos ilegais



Saulo Cruz/Agência Senado
Saulo Cruz/Agência Senado

Em depoimento prestado à Comissão de Segurança do Senado nesta terça-feira (2), o ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eduardo Tagliaferro, fez graves acusações contra seu antigo chefe. Segundo o perito, Moraes teria determinado a produção de relatórios de monitoramento com base em pedidos informais de parceiros externos, fora dos trâmites legais estabelecidos.


Tagliaferro, que chefiou a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, afirmou que os pedidos de monitoramento vinham por meio de grupos de WhatsApp e conversas paralelas, envolvendo instituições como a UFRJ, UFMG e a Agência Lupa. Os relatórios, segundo ele, eram posteriormente formalizados e enviados ao gabinete de Moraes, tanto no TSE quanto no Supremo Tribunal Federal (STF).


Mensagens diretas com a PGR


Durante a audiência, Tagliaferro também revelou ter trocado mensagens diretas com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e seu assessor Lucas, a mando de Moraes. Ele alegou que o ministro e o PGR decidiam previamente os alvos das investigações, organizando listas de nomes — os chamados “pacotinhos” — que seriam encaminhados para denúncia nos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). “O processo foi ao contrário. Em vez de começar com uma investigação e denúncia, Moraes e Gonet decidiam previamente quem seriam os alvos e, depois, fabricavam o caminho processual”, declarou.


Documentos retroativos e reação política


Tagliaferro também acusou Moraes de ordenar a criação de documentos com datas retroativas para justificar operações baseadas em reportagens jornalísticas. As declarações provocaram forte reação entre parlamentares da oposição, que classificaram o caso como uma “fraude processual gravíssima” e pediram a suspensão imediata do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF.


O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), presidente da comissão, anunciou que será elaborado um relatório com as denúncias apresentadas por Tagliaferro para encaminhamento ao presidente do Supremo Tribunal Federal. Já a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) afirmou que as revelações configuram “uma grande violação de direitos humanos”.


Repercussão internacional


Eduardo Girão (Novo-CE) defendeu que as denúncias sejam levadas a organismos internacionais, enquanto o ex-deputado Deltan Dallagnol questionou a permanência de Moraes no cargo diante das acusações. Tagliaferro, que atualmente reside na Itália, foi ouvido por videoconferência e declarou não ter intenção de retornar ao Brasil por temer por sua segurança pessoal.


As acusações ainda não foram formalmente respondidas por Alexandre de Moraes ou pela Procuradoria-Geral da República. O caso segue em análise e pode ter desdobramentos judiciais e políticos nos próximos dias.


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