Flávio Bolsonaro afirma na Itália que país abriga “perseguidos políticos” brasileiros
- Luana Valente

- 22 de set.
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Durante participação em evento do partido de ultradireita italiano Liga, realizado em Pontida, no norte da Itália, neste domingo (21), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) declarou que o país europeu abriga “perseguidos políticos” oriundos do Brasil. O parlamentar citou os casos da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) e do ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Eduardo Tagliaferro, ambos atualmente em solo italiano e alvos de processos judiciais no Brasil.
Zambelli está presa em Roma desde julho, após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de 15 anos de prisão por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Tagliaferro, por sua vez, foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por suposta atuação contra a legitimidade do processo eleitoral. Ambos enfrentam pedidos de extradição por parte das autoridades brasileiras.
Flávio Bolsonaro apelou publicamente ao governo italiano para que não extradite os dois brasileiros, alegando que Zambelli “poderá morrer na cadeia injustamente” caso retorne ao Brasil. “Hoje tem políticos brasileiros perseguidos até aqui na Itália. Carla Zambelli e Eduardo Tagliaferro vieram para a Itália por acreditar ser um local mais seguro que o Brasil”, afirmou o senador.
Durante o discurso, Flávio também criticou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, sem citá-lo nominalmente. Segundo o senador, há um magistrado brasileiro que “persegue toda a direita” e que teria sido sancionado pela Lei Magnitsky pelo presidente Donald Trump, por supostas violações de direitos humanos. Moraes foi o relator da condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sentenciado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros crimes.
O senador ainda mencionou seu irmão, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que estaria “exilado com sua família nos Estados Unidos” por conta de perseguição política. Flávio afirmou que o parlamentar foi proibido judicialmente de manter contato com o pai, Jair Bolsonaro.
A comitiva brasileira na Itália incluiu os senadores Magno Malta (PL-ES), Eduardo Girão (Novo-CE) e Damares Alves (Republicanos-DF), que também visitaram Zambelli no Complexo Penitenciário de Rebibbia, em Roma.
O evento contou com a presença do vice-primeiro-ministro italiano Matteo Salvini, líder do partido Liga, conhecido por sua postura anti-imigração e alinhamento com pautas conservadoras. Flávio encerrou seu discurso com uma adaptação do lema bolsonarista: “Itália sopra tutto, Dio sopra tutti” (“Itália acima de tudo, Deus acima de todos”).






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