Moraes repreende advogado de Filipe Martins durante audiência no STF
- Luana Valente
- 14 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: 15 de jul.

Brasília — A audiência realizada nesta segunda-feira (14) no Supremo Tribunal Federal (STF) foi marcada por tensão entre o ministro Alexandre de Moraes e o advogado Jeffrey Chiquini, defensor de Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência da República. O episódio ocorreu durante o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, delator no processo que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.
Logo no início da sessão, Chiquini solicitou a suspensão da audiência, alegando que não teve tempo hábil para analisar os documentos recentemente enviados pela Polícia Federal — cerca de 78 terabytes de material. O pedido foi negado por Moraes, que afirmou que os autos estavam disponíveis igualmente para todas as partes e que os documentos não alteravam o núcleo central da acusação.
A tensão aumentou quando o advogado tentou insistir na argumentação, sendo interrompido pelo ministro com a frase: “Enquanto eu falo, o senhor fica quieto”. Moraes também criticou a tentativa da defesa de questionar a divisão dos núcleos feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR), afirmando: “Não é o senhor que vai dizer se seu cliente deve ser denunciado no núcleo 1, 2 ou 3. Se quiser conduzir a acusação, deveria ter prestado concurso para o Ministério Público”.
Durante o depoimento, Mauro Cid endossou que o ex-presidente Jair Bolsonaro leu e solicitou alterações na chamada “minuta do golpe”, que previa a prisão de Moraes e a convocação de novas eleições. Segundo Cid, Filipe Martins participou da elaboração do documento junto a um jurista não identificado.
A audiência integra a fase de instrução das ações penais que investigam os núcleos 2, 3 e 4 da suposta trama golpista. O julgamento será conduzido pela Primeira Turma do STF, ainda sem data definida.
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