Motta proíbe falas de parentes de presos do 8 de Janeiro, diz líder do PL
- Luana Valente
- 2 de abr.
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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu proibir as falas de familiares de presos pelos atos de 8 de janeiro durante uma coletiva de imprensa no Salão Verde da Casa. A decisão gerou críticas do líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que classificou a medida como uma forma de "censura". Segundo Cavalcante, a oposição havia planejado a participação dos familiares na coletiva, mas foi informada de que apenas deputados poderiam se pronunciar.
“Eu nunca esperava que na casa do povo, na hora de uma coletiva de imprensa que quem mais deveria ter protagonismo, está aqui ao meu lado a filha do Clezão (preso pelo 8 de janeiro que morreu na Papuda em novembro de 2023), a advogada da família, que eles é quem iriam falar. E eu entendo que essa aqui é a casa do povo, não só dos deputados. Nós gostaríamos de ouvi-los, entretanto, até agora não temos autorização para que vocês os ouçam”, disse Sóstenes.
“Aqui numa coletiva eu jamais pensava que a gente teria algum tipo de censura. Por isso, fica aqui o meu apelo ao presidente Hugo Motta para que ele possa autorizar que as pessoas que mais estão sofrendo pela falta da votação da anistia, possam falar na casa do povo”, completou a liderança do PL.
O episódio ocorre em meio a pressões da oposição para que Motta paute o projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. O PL, que tem como líder o ex-presidente Jair Bolsonaro, tem esforçado para aprovar a medida.
Como resposta, a oposição tem se manifestado a pretensão de obstruir os trabalhos da Câmara até que o projeto seja colocado em votação. Apesar disso, Motta ainda não sinalizou mudanças em sua posição, mantendo o veto às falas dos familiares e resistindo às pressões para acelerar a tramitação do projeto de anistia.
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