PF indicia Eduardo Braga, Jucá e Renan Calheiros por corrupção

Reprodução: fotomontagem / Agência Senado

A Polícia Federal (PF) indiciou os senadores Eduardo Braga (MDB-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL), além do ex-senador Romero Jucá (MDB-RR), pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A investigação, que teve início como um desdobramento da operação Lava Jato em 2018, concluiu que os políticos receberam propina para favorecer os interesses do grupo farmacêutico Hypermarcas, atualmente Hypera Pharma, no Senado.

De acordo com o relatório final da PF, os senadores teriam recebido cerca de R$ 20 milhões em propinas para facilitar a aprovação de pautas favoráveis à Hypermarcas no Congresso Nacional entre 2014 e 2015. A investigação também aponta que Renan Calheiros indicou um nome para a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com o objetivo de beneficiar a empresa.

O inquérito foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em agosto, e agora cabe à Procuradoria-Geral da República (PGR) decidir se apresenta denúncia contra os indiciados ou se arquiva o caso. Renan Calheiros e Eduardo Braga, que possuem foro privilegiado, continuarão a ser investigados pelo STF, enquanto a parte referente a Romero Jucá será encaminhada à Justiça Federal no Distrito Federal.

Em nota, a defesa de Romero Jucá repudiou o indiciamento, alegando que a PF se baseou apenas na delação premiada de um executivo da Hypermarcas. As defesas de Eduardo Braga e Renan Calheiros ainda não se manifestaram sobre o caso.

A conclusão do inquérito marca mais um capítulo na luta contra a corrupção no Brasil, destacando a importância da operação Lava Jato e suas ramificações no combate a esquemas ilícitos envolvendo políticos e grandes empresas.