Após pedido de Moraes, Zanin marca mais duas sessões extras para julgar Bolsona,ro e aliados

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES

Brasília — A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) terá sessões extras no dia 11 de setembro para dar continuidade ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus acusados de envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado. A decisão foi tomada pelo presidente da Turma, ministro Cristiano Zanin, após solicitação formal do relator do caso, ministro Alexandre de Moraes.

O julgamento, iniciado em 2 de setembro, já contava com sessões previstas para os dias 9, 10 e 12. Com o acréscimo de mais um dia, o objetivo é garantir tempo suficiente para a apresentação dos votos dos ministros e evitar interrupções caso haja manifestações mais extensas.

Entre os réus estão figuras centrais do governo Bolsonaro, como o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, e o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o grupo de crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e associação criminosa armada.

Durante as primeiras sessões, Moraes apresentou o relatório do processo e o procurador-geral Paulo Gonet reiterou o pedido de condenação dos réus. As defesas, por sua vez, negaram envolvimento nos atos de 8 de janeiro de 2023 e criticaram a validade da delação premiada de Mauro Cid, além de alegarem cerceamento de defesa pela falta de tempo para análise dos documentos.

A expectativa é que os votos dos ministros sejam apresentados a partir da próxima semana, começando por Moraes, seguido por Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. A decisão final poderá ocorrer já no dia 12, caso não haja pedido de vista.