Audiência no Congresso dos EUA discute “repressão transnacional” e inclui críticas a Alexandre de Moraes

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Nesta terça-feira (24), a Comissão de Direitos Humanos Tom Lantos da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos realiza uma audiência sobre repressão transnacional — prática em que governos são acusados de perseguir opositores políticos além de suas fronteiras. O evento ganhou destaque no Brasil por incluir a participação do jornalista Paulo Figueiredo, crítico do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Figueiredo, que vive nos Estados Unidos e é investigado pela Procuradoria-Geral da República por suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado em 2022, foi convidado a depor na audiência. Ele afirma que usará o espaço para denunciar o que considera perseguições promovidas por Moraes contra brasileiros no exterior, incluindo parlamentares, jornalistas e empresários de tecnologia como Elon Musk.

Segundo o jornalista, decisões judiciais do ministro estariam sendo aplicadas de forma extraterritorial, afetando cidadãos fora do Brasil. Ele também pretende abordar o uso da lista vermelha da Interpol e alegadas pressões sobre empresas americanas para entrega de dados de usuários.

Apesar de Alexandre de Moraes não constar oficialmente na pauta da audiência, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro veem a participação de Figueiredo como uma oportunidade de registrar críticas ao ministro nos anais do Congresso americano. A audiência também contará com representantes de organizações como a Anistia Internacional e outras entidades de defesa dos direitos humanos.

O Departamento de Estado dos EUA define repressão transnacional como o uso de táticas por governos estrangeiros para intimidar ou silenciar dissidentes, jornalistas e minorias no exterior.