Bloqueio de contas de Eduardo Bolsonaro gera reação e tensão política
- Luana Valente
- 22 de jul.
- 2 min de leitura

Brasília — O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou neste sábado (19), o bloqueio das contas bancárias, bens e chave Pix do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), como parte das investigações sobre sua atuação nos Estados Unidos.
Segundo relatos de Eduardo, ele tentou realizar duas transferências via Pix na segunda-feira (21), sem sucesso. Ele classificou a decisão como uma “tentativa de asfixia financeira” e acusou o STF de agir como uma “ditadura”. Apesar da medida, o deputado afirmou que continuará pressionando o governo Trump para impor sanções aos magistrados brasileiros, incluindo Moraes.
Investigação e consequências diplomáticas
A decisão de Moraes ocorre no contexto de um inquérito que apura a atuação de Eduardo Bolsonaro nos EUA, onde ele teria buscado apoio político para denunciar o STF. O ex-presidente Jair Bolsonaro, pai do deputado, admitiu ter enviado R$ 2 milhões via Pix para custear a permanência do filho no exterior. Ambos são investigados por suposta tentativa de obstrução da Justiça no processo que apura a tentativa de golpe de Estado.
Como parte das medidas cautelares, Eduardo está proibido de manter contato com o pai durante a tramitação do processo. A Procuradoria-Geral da República (PGR) avalia que pai e filho atuam em conjunto para influenciar decisões judiciais e desgastar a imagem da Suprema Corte brasileira.
Repercussão internacional
A crise ganhou contornos diplomáticos após o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciar a revogação dos vistos de Moraes, seus aliados no STF e seus familiares. Rubio acusou o ministro de promover uma “política de caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro, alegando violação de direitos de brasileiros e americanos.
Desdobramentos políticos
Na Câmara dos Deputados, o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), pediu a suspensão cautelar do mandato de Eduardo Bolsonaro e o bloqueio de sua remuneração parlamentar. O deputado está licenciado desde março e, segundo Lindbergh, teria usado o cargo para promover campanhas contra o Brasil no exterior.
Eduardo, por sua vez, declarou que está “preparado para seguir adiante mesmo sob condições difíceis” e que não se intimidará com as decisões judiciais.
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