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“Não há uma única prova que ligue Bolsonaro a golpe”, afirma defesa durante julgamento



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Brasília — Durante o segundo dia de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que “não há uma única prova” que o vincule diretamente à suposta trama golpista investigada pela Polícia Federal e denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).


A afirmação foi feita pelo advogado Celso Vilardi, que representa Bolsonaro no processo que julga o chamado “núcleo crucial” da tentativa de golpe de Estado. Segundo Vilardi, o processo se baseia em uma delação premiada e em documentos encontrados em dispositivos eletrônicos de colaboradores, mas nenhum deles comprovaria a participação ativa do ex-presidente.


“Não há uma única prova que atrele o presidente ao Punhal Verde e Amarelo, à Operação Luneta e ao 8 de janeiro. Aliás, nem o delator — que eu sustento que mentiu — chegou a dizer que houve participação nesses episódios”, afirmou Vilardi durante sua sustentação oral.


A defesa também questionou a validade da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, apontando contradições e mudanças de versão que, segundo Vilardi, deveriam anular o acordo de colaboração. O advogado classificou o processo como uma “sucessão inacreditável de fatos” e criticou o volume de provas disponibilizadas pela Polícia Federal — mais de 70 terabytes de dados — alegando que não houve tempo hábil para análise adequada.


Bolsonaro e outros sete aliados são acusados pela PGR de cinco crimes, incluindo golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. A denúncia sustenta que o ex-presidente teria liderado uma articulação para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, incluindo reuniões com comandantes das Forças Armadas e a edição de documentos que dariam respaldo jurídico à ruptura institucional.


O julgamento, conduzido pela Primeira Turma do STF, segue com as manifestações das defesas dos demais réus. O voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, está previsto para ser apresentado na próxima semana.


A defesa de Bolsonaro ressalta que os acontecimentos descritos pela acusação são de natureza política e não configuram crime. “Ele não atentou contra o Estado Democrático de Direito”, concluiu Vilardi.

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