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Shellenberger faz novas denúncias e acusa Moraes de excessos no 8 de janeiro e sugerem “justiça paralela”




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O jornalista americano Michael Shellenberger publicou nesta segunda-feira (4) novas denúncias que envolvem o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em supostos excessos cometidos durante a investigação e prisão de manifestantes envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. As revelações fazem parte do caso conhecido como “Vaza Toga” e foram divulgadas no site Public, com base em mensagens vazadas e documentos internos.


Segundo a apuração, Moraes teria coordenado uma força-tarefa informal a partir de seu gabinete, utilizando servidores do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — que ele presidia à época — para investigar perfis de redes sociais de manifestantes. A operação teria funcionado por meio de grupos no WhatsApp, onde eram trocadas informações sobre os detidos, incluindo listas com nomes, fotos e dados pessoais, sem cadeia de custódia formal.


A força-tarefa teria emitido “certidões positivas” com base em postagens e comentários nas redes sociais, classificando indivíduos como suspeitos e justificando suas prisões. Essas certidões, segundo os documentos, não foram compartilhadas com advogados de defesa nem analisadas por promotores, levantando preocupações sobre a legalidade do processo.


Entre os nomes citados estão Cristina Yukiko Kusahara, chefe de gabinete de Moraes no STF, e Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Unidade Especial de Combate à Desinformação do TSE. Ambos teriam participado ativamente da coordenação da força-tarefa. A operação também teria contado com apoio de ativistas políticos, universidades e agências de verificação de fatos, que se infiltraram em grupos privados de bate-papo para coletar informações.


Requisitos para certidões negativas:


•Críticas diretas ao presidente Lula: Postagens que chamavam Lula de “ladrão”, “ilegítimo” ou “comunista” foram consideradas indícios de radicalização política.


• Questionamentos sobre a lisura das eleições de 2022: Comentários que sugeriam fraude eleitoral, como “as urnas foram manipuladas” ou “Bolsonaro venceu, mas foi roubado”, foram usados como base para certidões.


• Convocações para protestos em frente a quartéis: Publicações que incentivavam atos em locais militares ou pediam “intervenção federal” foram consideradas como prova de envolvimento em movimentos antidemocráticos.


• Compartilhamento de links de vídeos e artigos conspiratórios: Pessoas que repostaram conteúdos de canais que alegavam fraude ou golpe institucional também foram incluídas nas listas.


Acompanhe alguns casos


Por exemplo, a força-tarefa de Moraes denunciou um caminhoneiro por uma série de postagens no Facebook que criticavam Lula e questionavam as eleições de 2022. Acusado de tentativa de “abolição violenta do Estado democrático de direito”, o homem passou 11 meses e 7 dias na prisão sem nunca ter cometido um ato violento.


Outro homem foi preso por uma única postagem no Instagram. A postagem dizia: “Fazer cumprir a Constituição não é golpe”.


Em outro caso, um vendedor ambulante de 54 anos do sul do Brasil nem estava presente nos atos de 8 de janeiro e chegou mais tarde naquela noite ao acampamento de manifestantes em frente ao QG do Exército em Brasília para vender bandeiras e camisetas. A polícia o deteve, e a força-tarefa emitiu um relatório secreto que foi usado como base para justificar que ele permanecesse preso por tuítes de 2018 criticando Lula e o Partido dos Trabalhadores. Nenhum desses tuítes mencionava o 8 de Janeiro ou mesmo as eleições de 2022. Ele passou quatro meses na prisão e agora usa uma tornozeleira eletrônica.


Até o momento, nem o STF nem o TSE se pronunciaram oficialmente sobre as denúncias.



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