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Bolsonaro cancela ida à Câmara após ultimato de Moraes



Wilton Junior | Estadão Conteúdo
Wilton Junior | Estadão Conteúdo

Brasília — O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cancelou sua participação em reuniões na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (22), após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), emitir um despacho exigindo explicações sobre possíveis violações de medidas cautelares impostas na última sexta-feira (18). A decisão de Moraes incluiu um prazo de 24 horas para que a defesa de Bolsonaro se manifestasse, sob pena de prisão preventiva.


Bolsonaro era esperado nas comissões de Segurança Pública e Relações Exteriores, reativadas por aliados durante o recesso parlamentar com o objetivo de aprovar moções de apoio ao ex-presidente. A presença foi cancelada após Moraes apontar que vídeos e declarações de Bolsonaro, divulgados por terceiros nas redes sociais, poderiam configurar descumprimento das restrições judiciais.


Declarações e tornozeleira eletrônica


O ministro citou imagens de Bolsonaro exibindo sua tornozeleira eletrônica e pronunciamentos feitos à imprensa, que foram amplamente compartilhados online. Embora o ex-presidente não esteja proibido de falar com jornalistas, a decisão do STF veta a retransmissão ou publicação de suas falas em redes sociais — inclusive por canais de terceiros.


Durante sua última aparição pública, Bolsonaro classificou o monitoramento eletrônico como “símbolo da máxima humilhação” e afirmou estar sendo vítima de “covardia”. A defesa do ex-presidente ainda não apresentou resposta formal ao despacho de Moraes.


Reações e estratégia política


A medida desarticulou a principal estratégia de comunicação de Bolsonaro, que vinha concedendo entrevistas para reforçar sua narrativa de perseguição institucional. Aliados agora planejam uma nova ofensiva após o recesso parlamentar, com mobilizações previstas para o início de agosto.


Parlamentares da oposição classificaram a decisão de Moraes como censura e anunciaram ações legislativas em defesa de Bolsonaro, incluindo propostas de anistia e mudanças no foro privilegiado.


A situação jurídica do ex-presidente segue em escalada, com o STF avaliando possíveis infrações relacionadas a uma suposta tentativa de golpe de Estado e obstrução de justiça. Moraes ainda ameaçou, dizendo que, caso as explicações da defesa não sejam consideradas suficientes, poderá decretar a prisão imediata de Bolsonaro.

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